Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE AOS DESLIZAMENTOS DE TERRA EM VILAS, FAVELAS E CONJUNTOS HABITACIONAIS DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

Resumo

Uma considerável parte da população residente nas grandes cidades do Brasil habita em vilas, favelas e conjuntos habitacionais localizados em encostas íngremes, sujeitas a diversas formas de risco geológico-geotécnico. A ocupação irregular nessas áreas aumenta os perigos relacionados aos deslizamentos, especialmente durante o período de chuvas. Além disso, não há dúvida sobre a influência das mudanças climáticas na estabilidade das encostas e seus impactos nos deslizamentos de terra. Este estudo visa avaliar a vulnerabilidade ao risco de deslizamentos de terra em vilas, favelas e conjuntos habitacionais localizados em Belo Horizonte, bem como examinar os registros de ocorrência de deslizamentos nos últimos anos. Para isso, foram tratados e analisados os dados contidos nas planilhas fornecidas pela URBEL, referentes às vistorias realizadas durante o período de 2014 a 2022 através do Programa Estrutural em Áreas de Risco (PEAR). A análise das planilhas considerou aspectos como localização, distribuição ao longo dos anos, distribuição em relação aos níveis de risco geológico-geotécnico, ocorrência de deslizamentos, população abrangida, pareceres determinados e obras executadas como medidas adaptativas e preventivas. Observou-se que as regionais Leste e Centro-Sul foram as mais afetadas pelos deslizamentos, seguidas pelas regionais Norte e Nordeste. No que diz respeito aos tipos de movimentos de massa, as análises realizadas no trabalho revelaram que os escorregamentos planares foram os mais comuns, representando 90% dos registros analisados. Quanto à população abrangida, constatou-se que cerca de 30% das pessoas que vivem em áreas classificadas como de alto ou muito alto risco geológico-geotécnico são crianças. Além disso, foram identificados certos aglomerados urbanos que se destacaram nas classificações referentes aos mais vistoriados, aos mais vezes classificados com risco geológico-geotécnico alto ou muito alto e aos com maior número de vistorias que registraram a ocorrência de algum deslizamento no local. Ao analisar os pareceres determinados nas vistorias, notou-se que as indicações de remoção temporária ou definitiva representaram uma proporção mínima dos casos, indicando que essas medidas são consideradas apenas quando a opção de monitoramento pelo próprio morador não é suficiente ou quando não há outras alternativas viáveis para reduzir o risco e garantir a segurança.

Palavras-chave

Deslizamentos de terra, risco geológico, vistorias, vulnerabilidade

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