Dados do Trabalho
Título
CAMADA DE COBERTURA OXIDATIVA PARA REDUÇÃO DA EMISSÃO DO GÁS METANO EM ÁREAS DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Resumo
A destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos (RSU) é um desafio global. O aumento na geração desses resíduos, sem uma gestão correta, contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), dentre eles o metano, principalmente em áreas de disposição final: aterros sanitários, aterros controlados e lixões. No Brasil, o encerramento de lixões e aterros controlados têm sido uma prioridade, conforme preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares); no entanto, o setor ainda enfrenta entraves na implementação das metas definidas. No que diz respeito à geração de gases, a disposição dos RSU leva à formação de um ambiente anaeróbico, propiciando a produção de biogás, que possui CH4 e CO2 na composição, ambos considerados GEE. A quantidade gerada varia conforme características do aterro, composição dos resíduos, umidade, temperatura, dentre outros fatores ambientais. As emissões desses gases contribuem para o aquecimento global, principalmente o CH4 que é o gás de maior potencial poluidor presente no biogás. O setor de resíduos sólidos é responsável por uma parcela considerável das emissões de GEE no mundo, e sua redução é crucial para cumprir metas de redução estabelecidas em acordos internacionais, como o Acordo de Paris. Destaca-se que os aterros sanitários, mesmo com sistemas de coleta de biogás, ainda apresentam emissões fugitivas significativas. A camada de cobertura dessas estruturas desempenha um papel essencial na minimização da emissão de biogás, controle de infiltração de água, isolamento da massa de resíduos, entre outros. Assim, camada de cobertura oxidativa, também conhecida como biocobertura, configura-se como um ambiente propício para o crescimento de bactérias metanotróficas, sendo um meio poroso e biologicamente ativo capaz de oxidar o CH4 e mitigar as emissões de GEE. Huber-Humer, Gebert e Hilger (2008), Ahmadi et al. (2020) ressaltam a importância da camada oxidativa para a tratamento do CH4, especialmente em aterros sanitários de menor porte ou antigos, onde sistemas convencionais de coleta de gás podem não ser viáveis financeiramente. Garbo e Cossu (2017) enfatizam que a camada de cobertura oxidativa demanda baixa manutenção e mão de obra, tornando-a adequada para países com diferentes níveis de desenvolvimento. Para países em desenvolvimento que buscam fechar lixões e aterros controlados, essa camada é atrativa pela redução das emissões de GEE e consequentemente pelos benefícios ambientais, econômicos e sociais.
Palavras-chave
oxidação de gases; biocobertura; bactérias metanotróficas; resíduos sólidos urbanos; geotecnia ambiental
Arquivos
Área
06. Geotecnia Ambiental
Categoria
COBRAMSEG
Autores
Rafaella de Moura Medeiros, Adjane Damasceno de Oliveira, Antônio Italcy de Oliveira Júnior, Maria Odete Holanda Mariano, José Fernando Thomé Jucá