Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DOS DESLOCAMENTOS HORIZONTAIS EM SOLO MOLES COM VARIAÇÃO NA ESPESSURA
Resumo
A pesquisa é um estudo de caso de uma obra com solos moles, localizada no Maranhão, que após receber um aterro observou, por meio de instrumentação, deslocamentos horizontais atípicos na camada de solo mole. Para desenvolver a pesquisa, primeiramente, foram utilizados dados cedidos da investigação geotécnica, instrumentação e o projeto da obra. Inicialmente foi feita a identificação dos perfis geológicos com maior proximidade aos instrumentos que apresentaram maior deslocamento, e, após esta etapa foi desenvolvido um perfil hipotético (similar a seção geológica) que permitiu identificar as variáveis envolvidas no problema. Com base nas leituras de deslocamento vertical, ensaios laboratoriais e investigação geotécnica, foram estimados os parâmetros e foi realizada a calibração do modelo numérico, com base na geometria do perfil geológico selecionado. A calibração utilizou como referência o deslocamento vertical de campo, e, após a calibração foram realizadas quatro modelos com diferentes espessuras de solo mole (5 m, 11 m, 15 m e 20 m). Com os resultados obtidos foi possível aferir as oscilações nos deslocamentos horizontais e verticais, além de verificar a correlação entre as variáveis. Após as análises, foi possível constatar aumento de 112,43% do deslocamento horizontal quando comparado a menor com a maior espessura (5 m e 20 m). A correlação entre as variáveis (espessura e deslocamento horizontal) apresentou valor de 0,7534, que indica correlação muito forte entre as partes. Entretanto, apesar da alta correlação entre deslocamento horizontal, os valores aferidos não refletem os medidos em campo. O deslocamento vertical indicou aumento de 29,91% entre as camadas com 5 e 20 m de espessura, por sua vez, a correlação apresentou valor de 0,9574 que indica correspondência quase perfeita entre as variáveis. A ocorrência de deslocamentos horizontais, sob carregamento uniformemente distribuído na superfície (aterro), não é prevista nas metodologias, portanto a constatação dos movimentos horizontais, sob essas condições, ressalta a necessidade de entender e mapear o subsolo das obras com aterros sobre solos moles. O fato dos modelos não atingirem os valores de campo pode ser explicado por uma possível ruptura, pelo fenômeno de expulsão de solo mole, ou pelo modelo numérico possuir mais variáveis relevante. Entretanto, os modelos desenvolvidos foram capazes de comprovar a relação entre a espessura e os deslocamentos horizontais e verticais.
Palavras-chave
Solos moles, deslocamentos horizontais, monitoramento de dados de campo, modelagem numérica.
Arquivos
Área
08. Investigação de Campo, Controle e Monitoramento de Obras Geotécnicas
Categoria
COBRAMSEG
Autores
RENAN CARDOSO ALANO, SIDNEI HELDER CARDOSO TEIXEIRA