Dados do Trabalho


Título

EFEITO DA EXPANSIBILIDADE DE UM SOLO DE SUBLEITO NA OCORRÊNCIA DE TRINCAMENTO DE UM PAVIMENTO ASFÁLTICO RECONSTRUÍDO

Resumo

A ocorrência de solos expansivos é comum em diversos países, como África do Sul, EUA, Índia, México e Brasil. São solos com variações significativas de volume para umedecimento ou secagem, apresentando perda de resistência na presença de água. Essa mudança sazonal de comportamento tem sido um desafio para a Engenharia Rodoviária, pois a pressão de expansão do solo de subleito é transferida às camadas sobrejacentes e, consequentemente, ao revestimento asfáltico, gerando deslocamentos verticais ascendentes indesejáveis e nocivos ao pavimento. Como solução, realiza-se comumente a substituição do solo expansivo por material de qualidade ou são criadas estratégias para mitigação dos danos. Este trabalho avaliou o comportamento de um pavimento flexível na BR-110, município de Olindina/Bahia, com extensão de 760 m onde, para combater a expansibilidade do subleito local, construiu-se uma nova estrutura sobre o pavimento antigo, constituída por camada de reforço com reciclagem da base e revestimento existentes (15 cm), sub-base em macadame seco (40 cm), base de brita graduada simples (20 cm) e revestimento asfáltico (6 cm), gerando uma sobrecarga sobre o subleito expansivo. A pressão de expansão do subleito foi medida, com uso do método de ensaio denominado Soil Volume Change Meter (FHA), onde uma amostra compactada na condição ótima para a Energia Proctor Normal foi confinada e saturada para medição da carga expansiva exercida com auxílio de um anel dinamométrico. Os resultados da caracterização do subleito mostraram tratar-se de um solo fino, com 63% passantes na #200, Limite de Liquidez de 35% e Índice de Plasticidade de 16% (alta plasticidade). Sua classificação pelo SUCS indicou uma argila de baixa compressibilidade (CL) e, pela TRB, um material argiloso de comportamento sofrível a mal (A-6). Segundo a classificação MCT, o solo é não-laterítico argiloso (NG’). Apesar do Módulo de Resiliência na umidade ótima indicar bom comportamento mecânico (108 MPa), o CBR após imersão ficou abaixo 2%, evidenciando grande perda de resistência na condição saturada. A expansão de 6%, medida no ensaio de CBR, ficou acima da referência 2% e compatível com a pressão de expansão medida de 2,75 t/m². Como a sobrecarga provocada pelo novo pavimento foi de cerca de 1,6 t/m², ocorreu uma pressão resultante ascendente da ordem de 1,15 t/m², relacionada a ocorrência de danos precoces observados na camada de revestimento asfáltico, já a partir do segundo mês após a construção do pavimento novo, alcançando no 5º mês uma área trincada de aproximadamente 14%.

Palavras-chave

pavimento flexível; solo expansivo; segmento experimental;

Arquivos

Área

10. Pavimentos, Infraestrutura Rodo e Ferroviária

Categoria

GEOJOVEM (idade máxima de 35 anos)

Autores

Italo Miller Machado Pereira, Mario Sergio de Souza Almeida, Maria do Socorro Costa São Mateus, Weiner Gustavo Silva Costa, Nadgyla Layana Tófolo Silva